4 de jun. de 2009

A batalha chega ao fim



Edilson Parente de Aguiar carrega em sua história de vida uma batalha longa e sofrida para permanecer na profissão que exerce há mais de vinte anos. O jornaleiro se viu em apuros quando teve que trocar sua banca de local diversas vezes, em um período de apenas cinco anos.

Em sociedade com o cunhado, Edilson instalou sua banca na Rua 24 de Maio, região central da cidade de São Paulo. Sem terem sidos notificados previamente pela Prefeitura que o local passaria por reformas, foram surpreendidos quatro meses depois, ao terem que trocar a banca para outro ponto da mesma movimentada avenida.

Com uma boa clientela e movimento satisfatório, o transtorno começou de novo após um ano e meio quando a Prefeitura voltou até sua banca para notificá-lo que uma nova mudança seria necessária. Pesquisando ainda na região central, indicou diversos pontos e sofreu com diversas negações devido a problemas burocráticos (patrimônios históricos e outros). Até que conseguiu um ponto na Rua Direita, tendo que reajustar sua banca de 6m X 2,35m para 5m X 2,5m.

Edilson afirma que o movimento no novo ponto era bom e que sempre estava se esforçando para ganhar a clientela do local, mas infelizmente sua luta por um local fixo de trabalho não termina por aí. Dois anos e meio depois, ele começou a sofrer processos administrativos de órgãos de segurança pública e teve que mais uma vez trocar de ponto.

Nessa mudança, a conquista de um novo ponto foi muito mais difícil. O jornaleiro considera que foi “quase o fim” de sua jornada na profissão, quando indicou mais de trinta pontos e nenhum era aprovado pela Prefeitura. Provisoriamente, ele foi instalado na Rua Condessa de São Joaquim por seis meses, onde o movimento caiu consideravelmente, por falta de público leitor.

Edilson Parente estava desanimado, mas mesmo assim não desistiu. Disse que o motivo para continuar tentando e não pensar em mudar de área, foi o amor que tem por sua profissão. Por isso lutou e insistiu muito, foi diversas vezes na Prefeitura sem conseguir a aprovação. Até que teve a ideia de começar a freqüentar a região da Avenida Paulista para estudar pontos.

Assim que encontrou um local que julgava apropriado, fez o croqui e procurou o Sindicato dos Jornaleiros (SINDJOR), onde imediatamente o diretor Ricardo L. Carmo solicitou uma reunião com José Augusto, chefe da CPDU (Coordenadoria de Planejamento e Desenvolvimento Urbano). Foram recebidos na outra semana e aguardaram pela resposta do agente vistor. O local foi avaliado como apto, e foi estipulado o prazo de trinta dias para a instalação da nova banca.

Nova banca, porque devido ao tamanho diferenciado da calçada, mais uma vez ela teve que sofrer reparos passando agora para 6m X 1,5m. E foi só devido a esse detalhe que a banca demorou mais de uma semana para chegar ao novo endereço! Ele não se esquece de agradecer a enorme ajuda do sindicato e a considera fundamental para essa conquista.

Situada na Rua Cincinato Braga, junto ao muro do Hospital Santa Catarina, a nova fase na vida de Edilson começa com uma nova e diferenciada clientela a ser conquistada. Ao chegar à sua banca, você é recebido com o sorriso de um vencedor, que apesar de todas as dificuldades não desistiu de seu sonho e sente que agora ele está apenas começando!

Emocionado ao contar sua história de vida, ele deixa como mensagem para outros jornaleiros que estejam passando por situações parecidas, o seguinte: “Não desistam, tenham fé em Deus e corram atrás porque a batalha é difícil.”