por Fernanda Barbosa e José Roberto De caria
A cidade de São Paulo oferece inúmeras oportunidades para moradores e turistas se divertirem e também para aprenderem através da história e arte. Uma das opções disponíveis no centro da capital é a Pinacoteca do Estado de São Paulo. Quando nos deparamos com o prédio da Pinacoteca, um ar de cultura é inserido em nós, a começar pela sua construção, projetada pelo arquiteto Ramos de Azevedo e fundado em 1905. Construído inicialmente para ser a Escola “Liceu de Artes e Oficio”, tem uma arquitetura que se harmoniza com o seu entorno, localizada no Parque da Luz ao lado da estação tradicional de mesmo nome, sustenta a serenidade de uma matrona da cultura paulistana.
Neste meio localizamos a Estação Pinacoteca, mais adiante iremos encontrar a Sala São Paulo, na estação Julio Prestes. Este conjunto cultural nos leva a refletir o que representa para a história de São Paulo estes prédios. História que evolui com a Revolução de 1932, posteriormente com a ditadura militar (1964 a 1985), com o DEOPS, com os quartéis, época que não sairá da memória de quem viveu este episódio.
A porta da Pinacoteca é o início de uma viagem, seus tijolos á vista que são gigantes para os dias de hoje, sua escadaria imponente, salão de entrada, no qual hoje abriga o Espaço Octógono de Arte Contemporânea, que foi iniciado em 2003, com objetivo de estimular a produção e a difusão da arte contemporânea.
Aos sábados, a Pinacoteca fica bem movimentada. Com a entrada franca, pode-se constatar a presença de diversos tipos de público: são excursões de escolas, grupos de senhoras, pesquisadores, amantes da boa arte ou também quem procura de certa forma refletir sobre situações diversas da vida, como comentou a visitante Mila da Silva, estudante de Teatro, designer e que faz pinturas com tecidos. “Gosto desses ambientes onde o silêncio e o barulho são diferentes. Paredes e ar tudo tem história”, afirma Mila de 29 anos. A Pinacoteca tem em seu acervo obras de Di Cavalcanti, Rodin, Almeida Junior, Eliseu Visconti, Tarsila do Amaral, Nelson Leirner, Victor Becheret, Antonio Parreira, e quadros a óleo de diversos artistas e um salão com obras direcionadas à cidade de São Paulo.
A Pinacoteca conta com pessoal especializado para recepcionar os visitantes e notamos que existe grande motivação para realizar esse tipo de trabalho.
“Quando iniciei a cinco anos meu trabalho na Pinacoteca não conhecia nada de arte, e hoje a arte faz parte da minha vida, estudo psicologia e posso aplicar a arte” enfatiza Viviane Cristina, que trabalha na recepção da exposição Ouros de Eldorado.
Áreas de conveniência como a livraria, que além de sourvenirs, tem obras editadas de pinturas, onde pode-se destacar Debret, contemporâneo da vinda da família real ao Brasil. Áreas para descanso, com bancos, no qual duas senhoras da cidade de São José do Rio Pardo, ( Jacira de Souza e Algemira Pinheiro ) que visitavam a Pinacoteca pela 1ª vez. Às vezes, a cultura não chega as pessoas, gostei de ver a exposição de Vera Chaves Barcelos, projeto octógono. Sempre que tenho oportunidade venho a São Paulo visitar museus, a história do país é longa e interessante, conta D. Jacira de Souza.
A arte toca às pessoas, quando elas estão à frente de um quadro nota-se uma transformação, parece uma viagem ao objetivo do artista, analisando as formas, os detalhes. Cada apreciador dentro do seu nível de conhecimento.
Nota-se um grupo de alunos entre eles Kayan Soumaile, 14 anos e Felipe Bragion,15, que estavam interessados pelo Toten, escultura de madeira com diversos animais esculpidos instalados numa área de descanso.
Um depoimento interessante foi de duas estrangeiras que visitavam a Pinacoteca, uma estudante da USP ( Marta Villareal - Espanha ) e outra estagiária numa empresa em São Paulo ( Edurne Sanches – Cuba ) – A pinacoteca tem muitas misturas de obras, gostamos muito das obras e principalmente da Exposição Ouros de Eldorado – Arte Pré-Histórica da Colômbia. As pessoas que trabalham detêm muito conhecimento, há uma boa estrutura no local.
A Pinacoteca do Estado de São Paulo tem programas para atender professores, oferecendo materiais educativos para instituição de ensino, podendo ser retirados por um professor representante no núcleo de Ação Educativa da Pinacoteca.
A Instituição tem preocupação tem sua preocupação com públicos especiais e com a inclusão sociocultural por meio dos Programas Educativos para Públicos Especiais (PEPE), Programa de Inclusão Social (PISC).
O Núcleo de Ação Educativa esta voltado a desenvolver ações educativas a partir das obras do acervo, promover a qualidade da experiência do público no contato com obras, garantir a ampla acessibilidade ao museu, além de incluir pessoas habitualmente não freqüentadoras e incentivá-las à visitação.
Como um espaço cultural e social, a Pinacoteca tem grande interesse em passar para os diversos públicos as formas de artes e integrar o paulistano, turistas, pesquisadores de todo o mundo para conhecer e estudar.
Pinacoteca do Estado de São Paulo
Praça da Luz, 02- tel. 3324-1000
Terça a domingo das 10h às 17h30 com permanência até as 18h
Ingresso combinado (Pinacoteca e estação Pinacoteca): R$ 6,00 e R$ 3,00
Grátis aos sábados / Estudante com carteirinha pagam meia-entrada
Crianças com até 10 anos e idosos maiores de 60 anos não pagam